2006/10/24

Mais Bocage


 Setúbal - Praça do Bocage

Já Bocage não sou!... À cova escura

Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.

Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!

Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:

Outro Aretino fui... A santidade
Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!

Bocage



2 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Gosto do Poeta.

Conheces um soneto que o Ary dos Santos lhe escreveu?

"Ao Meu Falecido Irmão Manuel Maria Barbosa du Bocage"

é lindo... assim como toda a obra do Ary!

Perto de Setúbal, antes de Vila Nogueira, há uma casa com moinho que era a cada dos pais do Ary. Já lá passei un dias quando era 'turismo de habitação'. não sei se ainda é! :)

deixo um abraço.
I.

Isabel Magalhães disse...

"casa" e não cada...

desculpem! :)